Jota para que te quero…

Um editorial, segundo os ententidos em jornalismo deve constituir o pensamento do jornal.

Embora não seja "entendido" nesta matéria, como responsavél do Departamento de Rádio Escutismo quero aproveitar este espaço para expressar as minhas ideias sobre o que penso ser a forma mais correcta de convergir a actividade de Radioamador com o Jamboree no Ar.

A pouco mais de 6 meses do 43º Jota, a Equipa do Núcleo Moinhos de Vento já começou a trabalhar para esta actividade (que daremos mais informações adiante), até aqui nada de extraordinário…, no entanto por maior actividade que tenhamos a capacidade de organizar, se não contarmos com participação dos nossos Jovens o resultado já se sabe à partida qual vai ser…

Para nós que temos a possibilidade de quase diáriamente estarmos em contacto via Rádio com outros Escuteiros e não só desde o conforto das nossa casas, o próximo Jamboree é apenas mais um dos muitos em que já participamos.

Esta poderia ser uma razão simplista, mas não reflecte a nossa verdadeira motivação.

Pela nossa parte esperamos que o Jota '2000 seja apenas o melhor Jamboree realizado até hoje…

Certamente vamos poder contar com empenho de todo o Núcleo Moinhos de Vento.

Jaime Guilherme - CT1ECT

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A HISTÓRIA DO ALFABETO FONÉTICO

No seguimento do artigo publicado na edição anterior e para todos os que são "curiosos" por natureza, aqui vai um pouco da história do ALFABETO INTERNACIONAL FONÉTICO.

Antes da II Guerra Mundial não existia um alfabeto fonético comum, excepto para uso militar embora cada serviço tivesse o seu, o que como se pode calcular gerava uma grande confusão. Em 1941 com a eminência da entrada dos EUA no conflito, tornou-se óbvio que era necessario encontrar um alfabeto comum, que viesse a permitir um entendimento concertado no campo de batalha.

Embora fosse grande a rivalidade entre os diversos serviços, e depois de várias tentativas sem sucesso de conciliar as ideias de todos os intervenientes, foi tomada uma decisão drástica.

Convidados os responsáveis dos varios serviços para uma reunião no MIT (Instituto de Tecnologia do Massachusetts), uma vez no local foram reunidos numa enorme sala com grandes quadros, imensos lápis, resmas de papel e um dicionário por pessoa, sendo-lhes comunicado que seriam servidas três refeições diárias e que a porta da sala estaria fechada durante os restantes períodos, bem como não seria permitida a saida de ninguém enquanto não fosse adoptado um alfabeto aceite por cada serviço!

O tempo que isto levou a resolver não temos conhecimento, no entanto esta decisão, levou ao aparecimento do Alfabeto Fonético JAN (Joint Army/Navy), com que os Estados Unidos da América entraram na IIª Guerra Mundial.

Este alfabeto embora não fosse perfeito, pois existiam de facto algumas dificuldades de compreensão de várias letras por parte de alguns Exercitos Aliados, foi sem dúvida de grande utilidade para as comunicações militares.

Depois de terminada a Guerra, houve tempo suficiente para absorver os ensinamentos adquiridos e fazer um alfabeto melhor.

No entanto nenhum teve sucesso até que entrou em campo a ICAO (Organização Internacional da Aviação Comercial), que necessitava de adoptar um alfabeto para utilização nas comunicações da emergente indústria Aeronáutica e criou o seu próprio alfabeto fonético.

O alfabeto fonético que hoje conhecemos foi adoptado pela ITU (Organização Internacional das Telecomunicações), organismo onde são elaborados os regulamentos Internacionais das Radiocomunicações.

Embora o alfabeto não seja perfeito, funciona…e constitui uma ferramenta inquestionável nas comunicações por voz, sendo utilizado nos mais variados serviços civis e militares.

Mesmo nas comunicações em FM ( Frequência Modelada) em que a qualidade do audio é geralmente muito boa, a utilização correcta do alfabeto fonético permite a detecção de qualquer erro de compreensão na transmissão de uma qualquer mensagem.

Se tiveram a paciência de lêr este pequeno artigo até ao fim, certamente ficaram a saber um pouco mais sobre a história do alfabeto fonético.

Jaime Guilherme - CT1ECT

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JAMBOREE NO AR '2000

Por nossa iniciativa e com o acordo dos Chefes de Agrupamento do nosso Núcleo, decidimos apresentar a candidatura do para a CT8CNE, Estação Nacional do C.N.E..

Neste momento estamos ainda a aguardar por uma resposta da Junta Central, mas é um dado adquirido que a nossa Estação estará operativa desde o Parque das Nações - Casa do Arboreto, o mesmo local que recebeu a CT7NMV no Jota '99.

Nos próximos tempos daremos mais informações sobre esta actividade.

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? ? ? ? !!! DOCTOR IS IN !!! ? ? ? ?

Este espaço a incluir nas edições futuras do nosso boletim, é destinado a satisfazer todas as questões colocadas pelos nossos Escuteiros relacionadas com a Rádio.

Se tiveram alguma dúvida, ( e elas certamente existem ) ou quiserem saber um pouco mais sobre o porquê das coisas, aqui estamos à vossa espera.

Podem colocar as vossas questões via CTT para a Sede do Núcleo, ou via E-mail para [email protected] .

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O OUTRO LADO DO JOTA

Todos os anos no principio do Inverno e cumprindo a tradição criada há 42 anos a esta parte os Escuteiros de todo o mundo juntam-se, e com a ajuda de alguns Radioamadores amigos, encurtam o Mundo para o tamanho de uma onda hertziana. É tempo para se trocarem mensagens de fraternidade e esperança, para trocar cumprimentos com companheiros distantes, mas certamente também é a hora de transmitir e receber saber e conhecimento. Desde a montagem e afinação de todos os equipamentos, até aos primeiros contactos com outros Agrupamentos, é sempre com muito entusiasmo e calor que vamos sendo abordados por petizes com enorme curiosidade de descobrir e entender este nosso hobby. Mas não se pense que se esgota nos mais novos a curiosidade também entre os mais crescidos se nota alguma curiosidade e admiração pelas potencialidades e pelos meios envolvidos. Havendo mesmo alguns casos de "contagio", acabando por haver sempre mais alguém que se converte a esta apaixonante actividade, mas o envolvimento nesta actividade não se esgota só no gratificante contacto com todos os que buscam informações sobre a nossa actividade, serve também para testar a nossa operacionalidade e novas soluções para problemas que sempre que se sai do nosso shack acabam por surgir.

Por tudo isto e porque o panorama nacional da actividade Radioamadoristica apresenta uma carência de contacto com o publico em geral, e em particular com as camadas mais jovens as quais são também as que apresentam uma maior abertura de espirito e uma forte necessidade de aquisição de novos conhecimentos técnicos e científicos,

Um grande bem haja a todos e até ao próximo Jamboree no Ar.

Heitor Goulão - CT2GOX

 

N.R. - Este artigo foi escrito pelo nosso Colega Radioamador Heitor Goulão, que (ainda) não é Escuteiro. O seu contacto com o Escutismo iniciou-se com a colaboração ao Departamento Nacional de Rádio Escutismo na montagem e operação da Estação CT8CNE na Junta Central durante o 42º Jamboree no Ar.

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ESTE ESPAÇO FOI DELIBERADAMENTE DEIXADO EM BRANCO…

 

APELAMOS DESTA FORMA À COLABORAÇÃO DE TODOS OS ELEMENTOS DO NOSSO NÚCLEO, NO SENTIDO DE NOS ENVIAREM OS VOSSOS COMENTÁRIOS, SUGUESTÕES, ARTIGOS E TUDO O MAIS QUE ENTENDERAM DE UTILIDADE PARA PUBLICAÇÃO NESTE BOLETIM.

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OS RADIOAMADORES NA ERA ESPACIAL

A aventura espacial dos radioamadores começou nos anos 60, quando alguns elementos acompanhando o desenvolvimento permanente da actividade aeroespacial se iniciaram no estudo e na construção de satélites de amador.

Desde então grupos privados de radioamadores de paises tão diferentes como os Estados Unidos da America, Japão, Russia, Argentina, Brasil, Paquistão ou Coreia do Sul entre outros, desenvolveram, construiram e enviaram para o espaço duzias de satélites de radiocomunicações desde o lançamento em 12 de Dezembro de 1961 do primeiro satelite de amador, o OSCAR-1.

Apenas quatro anos depois da União Soviética ter iniciado a era espacial com o envio para o espaço do primeiro satélite artificial, o famoso SPUTNIK, um pequeno satélite construido por radioamadores que pesava cerca de 5 quilos, baptizado de OSCAR-1 (Orbital Satellite Carring Amateur Radio) foi lançado nos E.U.A. por um foguetão militar do tipo Thor-Agena, juntamente com o satélite militar Discoverer-36.

O foguetão deixou o OSCAR-1 a descrever uma órbita eliptica entre 152 e 295 milhas em volta da superfície da Terra.

Naquele tempo o desenvolvimento de satélites estava a dar os seus primeiros passos, e como tal o OSCAR-1 apenas permitia a transmissão em código Morse da palavra HI, (abreviatura de HELLO, que significa OLÁ em Inglês), com a potência (surpreendente) de 140 miliwatts.

Este valor que hoje nos pode parecer estranho, constituia naquele tempo um grande avanço tecnológico, era 14 vezes superior ao usado no modulo de rádio do primeiro satélite Americano o EXPLORER-1.

A velocidade de transmissão era controlada pela temperatura interior do satélite, e as baterias que não eram recerregáveis tinham apenas energia suficiente para transmitir durante 22 dias.

Neste periodo centenas de radioamadores em 28 Paises de todo o Mundo escutaram o sinal (BEEP-BEEP-BEEP-BEEP BEEP-BEEP) enviado pelo OSCAR-1.

Este satélite manteve-se em órbita durante 50 dias, e desintegrou-se quando reentrou na atmosfera em 31 de Janeiro de 1962.

Jaime Guilherme - CT1ECT

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